segunda-feira, 25 de junho de 2007

Capítulo VI, O Assassino

O sol estava de passagem. A lua chegava para reinar. Jean sentia em seu corpo uma grande força. Para ele, essa vinha de sua família. O homem havia trancado a porta de seu restaurante. Em seu coração havia um sentimento de vingança que, para ele, estava perto do fim.

Os seis estavam reunidos no Le Procope. Já que a conta da mesa dos amigos foi encontrada na cena do crime, Jean sabia que um deles havia matado sua mulher e seu filho.

“Mas quem?”, era a pergunta que martelava a cabeça de Jean...
Para pôr fim a essa dúvida, ele decidiu trancar todos em seu restaurante e interrogá-los. A parte do plano que consistia em trancar o bar já estava feita. Só faltava executar a segunda parte.

Com isso em mente, Jean caminhava ao encontro de Adão, Annabelle, Indrid, David e Charlie. Os amigos de Jean não sabiam o que esperar, até que ele disse:
- Ainda não esqueci da conta encontrada no local do crime.

Todos ficaram em um silêncio constrangido. Um sentimento sombrio rondava os seis.

- Um de vocês matou a minha família. Hoje pergunto novamente, mas sem a presença de outros: quem foi?

O curto silêncio foi quebrado por Adão, em um murmúrio:
- Você sabe que foi o David... Eu lhe avisei...

David fite Adão, surpreso. Jean começava a aceitar a hipótese do gaúcho. Sim, só podia ser o inglês. Ele apresentava um comportamento anormal que poderia levá-lo à psicose. A felicidade dos outros devia ser um tormento para aquele jovem sem vida própria...

- Foi você David! - assustado, o rapaz balançava a cabeça. - Se não foi, então qual o seu excelente álibi para a noite do crime, hein? Responda!
David não sabia o que dizer. Então, em um ato regido pelo sofrimento, Jean atirou.

- Não! - gritou Charlie. - Ele estava comigo! Estávamos juntos! Eu juro! Não queríamos nos precipitar e falar a vocês de nosso relacionamento...

O desespero tomou conta de Jean após ter matado um inocente.
- Quem foi? --- indagou entre lágrimas de fúria.
Ele ficou em subitamente mudo, pensou e depois exclamou, com o dedo em riste na direção da garçonete:
- Foi você Annabelle, só pode ter sido você! Todo o seu nervosismo ao falarmos no assunto... A quem você acha que engana?! Sei que você nutria sentimentos de inveja pela minha família; afinal, a sua nunca se concretizou como você queria!

- Não, claro que não! Nunca os invejei! Estou falando a verdade, eu...

- Mentirosa, está mentindo por quê? Foi você, certamente! - exclamou.

Um disparo em direção a Annabelle. Para salvar a amada, Indrid se jogou na frente da bala. Nesse dia, o destino se mostrou cruel, pois a bala atravessou o americano e atingiu a garçonete.

Depois dessa cena terrível, uma risada maligna ecoou no restaurante. Adão parecia extasiado com a cena dantesca:
- Pobre Jean, um tolo cegado pela fúria... Acreditar religiosamente em cada palavra minha? A sua fraqueza diante de palavras se mostrou patética...

- Seu desgraçado! Por quê?-
Adão riu debilmente. A gargalhada maníaca do universitário ecoou dentro do Le Procope. Ele estava fora de si.

A noite se aproximava, a temperatura baixava. Adão botava seu pala, roupa típica de sua terra, a fim de sair. Tinha um encontro, mas não um que quisesse.”Tenho que dar um jeito de me livrar disso”, falava para si mesmo.
Sua vida tinha virado um inferno desde que a esposa de Jean, Giovanna Battisti, descobrira tudo. Ainda se perguntava como ela havia feito para descobrir, não conseguia entender.
- Eu sei de tudo, de seu envolvimento com Brigit.
Brigit! Por uma mulher estava se endividando, estava sendo chantageado. “Tudo bem, não é uma mulher, é a mulher. Bonita, rica, inteligente poderosa, no entanto só tinha um defeito: era casada com o ministro da fazenda, Émile France!”.
Como pode se envolver com mulher casada? Não sabia. Contudo, já tinha se envolvido, e sofria as conseqüências de suas ações.
Desde de que descobrira tudo, o que já havia quatro meses, exigia o pagamento de 3000 francos por mês para não contar nada a ninguém. Comprava o silêncio. Nunca pensou que isso fosse acontecer.
Mais uma vez saía de casa para realizar o pagamento.Dessa vez estava decidido “Isso havia de parar”, pensava. Dirigiu-se a Universidade de Paris, onde era feito o pagamento. Chegou ao local do encontro decidido: “Isso havia de parar”.
Enquanto isso, na casa de Jean Battist, sua mulher dizia para seu filho:
- Espere seu pai aqui! A mamãe precisa sair. Diz para seu pai que já volto.
Hoje, diferentemente das outras vezes, o filho de Jean (Josep Battisti) não obedeceu e resolveu ir atrás de sua mãe. Segui-a pelas ruas de Paris a noite. Estava com medo, mas a curiosidade era maior.
Adão, com uma mala com dinheiro, e, Giovanna se encontraram no local marcado. Exatamente às dez horas. Trocaram olhares. A mulher falou:
- Meu dinheiro está aí?
- Lógico, conforme o combinado.
- Muito bom! Assim ninguém nunca saberá de nada.
- No entanto, existe outra maneira de ninguém saber de nada!
Ao falar isso puxa um revólver e dispara contra a mulher que não tem tempo de esboçar nenhuma situação. Ao ver o corpo de sua mãe estendido no chão, Josep saiu correndo em sua direção. Adão percebe a movimentação do menino. “Ele é uma testemunha, devo eliminar provas!”. Meio indeciso se era isso mesmo que iria fazer, recarregou o revólver. Enquanto isso, o menino chorava e maldizia o homem cruel que havia matado a sua mãe.Adão pegou o revólver, mirou no garoto e atirou. Não teve tempo de se arrepender de sua ação. Quando se deu por conta, só ouviu o baque produzido pela queda do corpo sem vida no menino no chão.Sem perceber, ao virar para ir embora, a conta da mesa 5 do café caiu de seu bolso.
“ Pronto, foi feito! Não há como voltar atrás! Agora preciso dar um jeito de incriminar os outros. Não posso ser preso.”. Pensava Adão. Enquanto isso, um sentimento estranho tomava conta de seu corpo, não sabia o que era. Estranho, muito estranho. Era uma sensação boa, como se estivesse perdendo medo das coisas.
Dirigiu-se para casa. Idéias fervilhavam em sua cabeça. “O que estava acontecendo comigo?”, não sabia responder.Desde aquele dia passou a agir estranhamente e botou em prática seu plano de incriminar os outros. “Ninguém nunca saberá de nada”, pensava resoluto.

Ambos com as armas em punho agora, o dono do café apontava a sua para a cabeça de Adão, que, por sua vez, encontrava-se na mesma posição em relação à Jean. Naquela macabra calmaria que antecede a procela, os dois se viram durante quase sete minutos...

Dois disparos foram ouvidos.
E o silêncio, apenas entrecortado pelos lamúrios de uma jovem escritora...

Um comentário:

Anônimo disse...

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